3 de jun. de 2013

“Os Bórgias – a história da primeira grande família do crime” de Mario Puzo. Record (2012), 419 páginas.



Mario Puzo é muito conhecido como autor do livro que deu origem a trilogia do cinema ‘O poderão chefão’, mas ‘os Bórgias’ consegue ser ainda melhor. O livro conta a história da família do cardeal Rodrigo Bórgia que se tornaria o papa Alexandre VI durante o século XV. O romance entra no obscuro mundo da cúria romana e desmistifica a figura de cardeais e papas, mostrando-os com os maiores pecados que condenam publicamente.
                Apesar do papa Alexandre ser o mais poderoso dos Bórgias, o romance não gira em torno apenas dele, como co-protagonista está seu filho César, que chegou a ser nomeado cardeal e renunciou ao cargo para se tornar chefe militar do exército papal. O grande destaque é como a ambição sem limite leva a cúria romana a patrocinar desde assassinatos, casamento de fachada entre filhos de cardeais (que deveriam ser celibatários) e ainda mais chocante, a promover verdadeiras orgias e incentivar incestos dentro dos muros do Vaticano.
                Mais o romance não é só isto, é também uma viagem pelo Europa pré-renascentista, que fervilhava com nomes como Michelangelo, Maquiavel (que escreveu ‘O Príncipe’ para César Bórgia) entre outros. Mas também como o crime já era organizado no século XV, estupros, conspirações e acordos militares permeiam todo o romance de Puzo.
                Enfim, um livro imperdível para quem quer conhecer um pouco das entranhas de como a Igreja Católica foi construída, de como o crime organizado é antigo e da Itália pré-renacentista.

Classificação pessoal e arbitrária: cinco estrelas

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