25 de nov. de 2012

“Paris é uma festa” de Ernest Hemingway. Bertrand Brasil (2012), 236 página.



É impossível não sentir atração pela Paris de Hemingway. Neste livro ele descreve a capital francesa no período entre as guerras mundiais. Nesta época a cidade era o lar de grandes escritores e artistas das mais diversas áreas que ainda aguardavam pelo reconhecimento que viria nas décadas seguintes.
                A narrativa é tão fantástica que nos faz sentir como parte da família Hemingway, amigos do autor, frequentando juntos os cafés e até sentindo fome junto com ele quando o dinheiro estava curto. Enfim, a Paris de Hemingway é tão irresistível quanto a literatura de seu autor.
                O livro inicia com uma visita do autor ao que ele chama de ‘um bom café’ na Place Saint-Michel onde ele se dedicava a escrever seus contos que viriam a ser dos mais cultuados de toda literatura mundial. Passa por sua relação com a agitadora cultura Miss Stein que o recebia de braços abertos em seu apartamento que tinha entre os fraquentadores assíduos figuras como Picasso. Mais tarde, Hemingway conta como a sua relação com Stein teve um fim por um dos muitos males entendidos da vida. Uma das frases mais conhecidas de Miss Stein é, sem dúvida, a que classificação a geração de escritores americanos que vivia em Paris na década de 1920 de geração perdida, frase a qual é dedicada todo um capítulo no livro.
                E capítulo após capítulo somos levados a livrarias, como Shakespeare and Company onde Hemingway alugava livros que nunca pagava os aluguéis, as corridas de cavalos onde por vezes ele ganhava um bom dinheiro, e como também se viciou nas apostas tanto que teve que abandonar o hobby pois estava lhe tomando o tempo da literatura. O ambiente, frequentadores, pratos e bebidas e até os garçons dos cafés, que hoje são pontos turísticos obrigatórios, como o Lipp, Dingo e Lilas, são outros locais que já nos sentimos a vontade ao fim do livro.
                Mas sem dúvida, a maior atração é a relação íntima entre Hemingway e Fitzgerald. Entre outras intimidades que o autor nos conta, como se fossemos amigos de longa data, que Fitzgerald casara-se virgem e tinha muitas preocupações com o tamanho de seu órgão masculino.
                Sem dúvida, o livro é uma fotografia da Paris dos anos 1920 das mais incríveis. Conhecer Paris todos podemos, mas uma cidade onde conviviam com intimidades algum dos maiores escritores e artistas do século XX, e ainda nos sentirmos parte da turma, só no livro de Hemingway.

                Classificação pessoal e arbitrária: cinco estrelas

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