É impossível não sentir atração
pela Paris de Hemingway. Neste livro ele descreve a capital francesa no período
entre as guerras mundiais. Nesta época a cidade era o lar de grandes escritores
e artistas das mais diversas áreas que ainda aguardavam pelo reconhecimento que
viria nas décadas seguintes.
A
narrativa é tão fantástica que nos faz sentir como parte da família Hemingway,
amigos do autor, frequentando juntos os cafés e até sentindo fome junto com ele
quando o dinheiro estava curto. Enfim, a Paris de Hemingway é tão irresistível quanto
a literatura de seu autor.
O
livro inicia com uma visita do autor ao que ele chama de ‘um bom café’ na Place
Saint-Michel onde ele se dedicava a escrever seus contos que viriam a ser dos
mais cultuados de toda literatura mundial. Passa por sua relação com a
agitadora cultura Miss Stein que o recebia de braços abertos em seu apartamento
que tinha entre os fraquentadores assíduos figuras como Picasso. Mais tarde,
Hemingway conta como a sua relação com Stein teve um fim por um dos muitos
males entendidos da vida. Uma das frases mais conhecidas de Miss Stein é, sem
dúvida, a que classificação a geração de escritores americanos que vivia em
Paris na década de 1920 de geração perdida, frase a qual é dedicada todo um
capítulo no livro.
E
capítulo após capítulo somos levados a livrarias, como Shakespeare and Company
onde Hemingway alugava livros que nunca pagava os aluguéis, as corridas de
cavalos onde por vezes ele ganhava um bom dinheiro, e como também se viciou nas
apostas tanto que teve que abandonar o hobby pois estava lhe tomando o tempo da
literatura. O ambiente, frequentadores, pratos e bebidas e até os garçons dos
cafés, que hoje são pontos turísticos obrigatórios, como o Lipp, Dingo e Lilas,
são outros locais que já nos sentimos a vontade ao fim do livro.
Mas
sem dúvida, a maior atração é a relação íntima entre Hemingway e Fitzgerald. Entre
outras intimidades que o autor nos conta, como se fossemos amigos de longa
data, que Fitzgerald casara-se virgem e tinha muitas preocupações com o tamanho
de seu órgão masculino.
Sem
dúvida, o livro é uma fotografia da Paris dos anos 1920 das mais incríveis. Conhecer
Paris todos podemos, mas uma cidade onde conviviam com intimidades algum dos
maiores escritores e artistas do século XX, e ainda nos sentirmos parte da
turma, só no livro de Hemingway.
Classificação
pessoal e arbitrária: cinco estrelas
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