Edney Silvestre é mais conhecido
como o repórter da Rede Globo e apresentador do Globo News Literatura na TV por
assinatura. Porém seu romance de estreia “Se eu fechar os olhos agora” foi
escolhido por diversos prêmios como o melhor romance do ano de 2009. É sempre
um grande desafio lançar um livro depois de um grande sucesso e manter o nível.
Silvestre não conseguiu, apesar de ser muito bom “A felicidade é fácil” fica
muito aquém do seu antecessor.
O enredo é ambientado nos anos
Collor, e tem um de seus protagonistas um publicitário que está envolvido em
diversos esquemas de corrupção e como ele usufrui as beneficias ilícitas do
poder (uma analogia com o valeoduto?). A trama se desenrola quando um grupo
criminoso internacional resolve sequestrar o publicitário para forçá-lo a
transferir o dinheiro desviado para a conta do grupo. No entanto, devido ao
forte esquema de segurança que o empresário se impor, eles decidem por
sequestrar o seu filho, mas em uma operação atrapalhada levam a
criança errada. O final é previsível, apressado e deixa algumas nós soltos, bem diferente
do primeiro romance de Silvestre.
Mas o que mais se destaca no
livro, não é o enredo policial em si, mas sua ambientação. Os detalhes dos anos
Collor, que incluem músicas, carros e o sonho de consumo dos “emergentes” nos
levam de volta ao início da década de 1990. Em relação a política, Silvestre
usa sua experiência como repórter para nos mostrar como se constroem os
esquemas de corrupção ligados a campanhas eleitorais que ainda hoje são tão
comuns em nosso país.
Outro destaque da narrativa de
Silvestre são as cenas quentes de sexo, que poderiam até trazer um aviso que o
livro é inapropriado para menores. Enfim, o enredo policial deixa a desejar, no
entanto, o livro vale e muito pela narrativa e ambientação.
Classificação pessoal e
arbitrária: quatro estrelas
Década de 90? Nem parece que já passou tanto tempo...hehe
ResponderExcluirSaudade Prof. Abraços!