11 de abr. de 2012

“Por quem os sinos dobram” de Ernest Hemingway. Bertrand Brasil (2011), 624 páginas.


O americano Hemingway dispensa apresentação, tendo inclusive vencido o Nobel de Literatura de 1954. Autor de clássicos como “O velho e o mar”, ele foi repórter durante a Guerra Civil espanhola que durou entre 1936-39. Desta sua experiência nasce o romance “Por quem os sinos dobram” foi amplamente aclamado desde seu lançamento na década de 1940, tendo inclusive vencido o prêmio de Livro do Ano pelos jurados do Pullitzer.
O protagonista do enredo é o ativista americano Robert Jordan que atua como dinamitador para o governo democrático que luta contra as tropas do general Franco, que sairiam vencedoras do conflito. Ele recebe a missão de explodir uma ponte durante uma ofensiva contra as tropas fascista. Para tanto, ele se embrenha nas montanhas no território dominado pelo lado de Franco, onde atuam bandos leais ao governo democrático.
Durante a missão Jordan conhece personagens caricatos. O velho sonhador emotivo, os soldados inocentes, o líder carismático decadente, a forte mulher militante e a ingênua e desprotegida apaixonada pelo heroi. Entre amizades, rusgas e paixões do protagonista, Hemingway nos leva para dentro do conflito, mostrando as crueldades e motivações de ambos os lados.
O grande destaque da narrativa é sem dúvida as dúvidas que o personagem principal é levado pela sua nova paixão e os questionamentos inerentes a toda guerra. O texto é tão bem escrito que o leitor é transportado para a Espanha, até parece cavalgar junto com os soldados durante a missão de Jordan e não seria estanho ter o reflexo de se desviar das balas durante os tiroteios.
O que o livro tem de nem tão bom, o papel de heroi reservado a um americano que leva suas convicções até a morte. O livro tem muito de roteiro de filme de Hollywood, mas o enredo previsível não diminui a maestria da escrita de Hemingway.

Classificação pessoal e arbitrária: quatro estrelas e meia.

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