5 de jun. de 2011

"Morte em Veneza" de Thomas Mann. Fronteira (2010), 115 páginas


Thomas Mann é pouco conhecido para a maioria dos leitores brasileiros do século XXI, no entanto, ele é considerado por muitos um dos maiores escritores do século XX. Tanto que em 1921 recebeu o Nobel de Literatura. O que mais nos liga a ele é o fato de sua mãe ser brasileira, o que já justificaria para nós, brasileiros, a leitura de sua obra. Apesar de sua literatura ter muito de autobiografia, ele não cita suas raízes brasileira em nenhum momento.
Segundo alguns, Mann tinha orientação homossexual que era fortemente reprimida devido a época em que vivia, e tentava por meio de sua literatura lidar com isto. Não é diferente em “Morte em Veneza”. A trama é uma história de amor, platônico, mas amor em essência. O personagem principal é Gustav von Aschenbach um escritor alemão, como Mann, muito aclamado, como Mann, que decide passar as férias em Veneza. Lá ele se apaixona por um rapaz polonês mesmo sem nunca ter falado com ele, e decide escrever um livro neste tempo em que passa em Veneza e está apaixonado.
As coincidências com a vida real não podem ser ignoradas, Mann escreveu “Morte em Veneza” justamente em um período de férias na cidade italiana, no mesmo hotel em que o personagem de sua novela se hospeda. Mas a literatura supera a realidade, na novela de Mann, Veneza passa por um surto de cólera, e Aschenbach sabe que o governo italiano tenta esconder os fatos dos turistas. Porém, ele decide ficar em Veneza, mesmo sabendo do risco que isto significava, apenas para ficar perto de seu amado com quem nunca trocou uma palavra.
Apesar do livro ser uma linda história de amor, em um dos melhores cenários possíveis para isto, ele parece datado da primeira metade do século XX em sua linguagem, ao contrário de outros clássicos que não tem este viés. É um pouco difícil e cansativo acompanhar a narrativa de Mann, e apesar de o livro ser curto, a sua leitura é num pouco demorada e árdua, mas vale a pena conhecer a literatura de Mann, apesar de tudo e uma das histórias de amor mais interessantes que já li.

Classificação pessoal a arbitrária: três estrelas e meia

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