Este é o segundo livro de Gessinger em dois anos. O primeiro já tinha me decepcionado enormemente, “Pra ser sincero”, este segundo foi ainda mais decepcionante. Aliás, não sei se livro seria a classificação mais adequada, esta obra é formada por várias espécies de crônicas desconexas, desarticulas, mal escritas e sem sentido. Se não fosse um de meus heróis o autor, eu simplesmente não teria lido até o final e nem me daria o trabalho de comentar sobre a leitura, mas como é o Gessinger...
As frases feitas, que são exageradamente usadas no primeiro livro, estão de volta. Todo capítulo (crônica?) começa com um ‘Nota mental para a próxima vida’. Não é uma autobiografia como “Pra ser sincero”, nem sei bem sobre o que é o livro. Parece mais uma conversa de bar com um amigo, ou várias. Diferente de uma conversa, o assunto é sempre sobre a mesma pessoa. Seja os fantasmas que perseguem Gessinger, o design de seus óculos, a facilidade de ter a face vermelha ou sua viagem do Engenheiros para Rússia. Cada um destes temas, e tantos outros, tem uma crônica, em capítulo separado.
Outro aspecto que não agrada no livro são os enxertos. Seja textos públicos em revistas e jornais, no fim ou meio de capítulos, que em sua maioria não contribui ou amplia o tema abordado ou mesmo as letras que estão nos encartes, parece que faltaram páginas para o livro e teve-se que se preencher de alguma forma. Mas mesmo nas letras, há algumas inéditas que valem a pena a leitura e imaginar o Humberto cantando.
Mas a leitura vale para nos deliciarmos com alguns detalhes da vida de nosso herói. Seja para saber sobre o gosto de não gostar de cinema, ou suas bandas esquisitas preferidas ou mesmo detalhes banais como o suposto talento juvenil para vôlei. Outros aspectos me soaram mais interessantes ainda, saber que como eu, ele divide a vida em ciclos de Copa do Mundo, esta parte a maioria das mulheres jamais entenderá.
Enfim, o livro não é bom, mas é o Gessinger. Quando ele lançar qualquer outra coisa, seja livro ou disco, eu serei um dos primeiros a comprar. Mesmo que ele só faça obras sem qualidade literária o resto da vida, ele ainda tem crédito com todos nós que crescemos ouvindo suas poesias em forma de música. Talvez esteja aí o X da questão, ele devia se dedicar a um livro de poesia e não prosa. Quem sabe?
Classificação pessoal e arbitrária: duas estrelas e meia.
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