6 de fev. de 2011

Manaus, Amazonas. A metrópole da Amazônia

Manaus fica a mais de 4500 km de Porto Alegre, de onde a viagem de avião leva mais de seis horas, dependendo do tempo de conexão, já que não há voos diretos do sul do Brasil até a capital do Amazonas. A cidade fica na união dos rios Negro e Solimões no meio da floresta amazônica, é uma das dez cidades mais visitadas do Brasil e tem uma região metropolitana de mais de dois milhões de habitantes, o que já justifica a viagem longa para conhecer a cidade com estes atributos tão peculiares.
O local para se hospedar mais indicado é o centro da cidade, fica perto dos pontos turísticos e de onde pode-se pegar ônibus para todos os pontos da cidade. Não é difícil conseguir hotel com diárias a menos de R$ 100,00 incluindo café da manhã. A tarifa do ônibus custa R$ 2,25 e ainda existe a opção das lotações a R$ 3,00. De lá pode-se ir até aos shoppings da cidade como o Manaura e o Amazonas que não ficam devendo nada aos shoppings das grandes cidades do sul do Brasil.
O primeiro local a se visitar é o maior cartão postal de Manaus, erguido com o dinheiro dos barões da borracha, o Teatro Amazonas é uma pérola no meio da Amazônia fundado em 1896. Durante o dia o teatro oferece uma visita guiada ao custo de R$ 10,00 que inicia de hora em hora e que dura cerca de 40 minutos. O teatro é lindo, tem afrescos em estilo renacentistas feitos por artistas italianos, alguns deles em perspectiva, é quase um museu de artes. Existe um pequeno museu e pode-se conhecer quase todas as instalações do teatro durante o tour, imperdível. Além disto ainda pode-se assistia a concertos, muitos grátis. Eu tive a oportunidade de assistir um concerto da Filarmônica de Manaus tocando Tchaikovsky em uma quinta a noite, um espetáculo realmente!

Na frente do teatro está o Largo São Sebastião e o monumento comemorativa a abertura dos portos. A Igreja de São Sebastião também faz parte do complexo, ela foi construída em 1888 e é muito bonita.
Seguindo pela rua Eduardo Ribeiro, a dos fundos do teatro, por cerca de 500 metros chega-se a Matriz Nossa Senhora da Conceição, que fica em uma praça cercada bem na zona central da cidade. Muito próximo da igreja fica o relógio municipal e a Alfândega, ambos são construções que têm arquitetura que vale ser apreciada. Um pouco mais de caminhada e o Porto Flutuante de Manaus aparece. Ele é diferente de todos os portos que eu já havia visitado, pode-se encontrar desde Transatlânticos luxuosos até os barcos de madeiras grandes que transportam pessoas que dormem na sua própria rede em viagem que podem levar mais de seis dias.
No porto pode-se contratar os passeios mais legais da capital amazonense. O mais indicado é o que vai ao encontro dos Rios Negros e Solimões, que é muito lindo, é possível sentir a diferença de temperatura e de cor no encontro dos dois rios que vão se misturar para formar o Rio Amazonas só depois de seis quilômetros. Lá pequenos barcos trazem animais como a preguiças, jacarés e sucuris para que se possa bater foto a R$ 2,00 por bicho.

Depois o tour passa por comunidade ribeirinhas com suas casas, lojas e até igrejas flutuantes. Ainda se visita um criadouro de pirarucu que pode atinguir mais de cem quilos. Pode-se bater uma foto como se estivesse o pescando ao custo de R$ 7,00. Após isto o tour faz uma pausa para almoço no meio da selva, com peixes como o pirarucu. O almoço normalmente está incluído no preço do pacote, mas a bebida é por conta do turista. Aos fundos do restaurante está uma feirinha de artesanato indígena que os próprios vendem.
Após o almoço o tour continua até a visita as maiores flores que existem, as vitórias régias. As maiores podem suportar um corpo de até oito quilos. Para se chegar até lá, se faz uma pequenas trilha de onde pode-se apreciar um pouco da selva.
Depois de mais um trecho de barco chegamos a floresta inundada. Este trecho da selva pode se chegar somente no período do verão no hemisfério sul, durante o inverno todo este trecho fica embaixo da água do rio Solimões. É muito interesse ver o nível que a água chega na marca das árvores grandes. Neste local pode apreciar um pouco da floresta amazônica, seringueiras e outras árvores típicas, algumas preguiças e aves em seu ambiente natural também.
Depois voltamos ao porto pelas águas do Rio Solimões e do Negro. O preço do passeio depende da negociação e do número de pessoas, mas gira desde R$ 90,00 até R$ 130,00 e dura das 9h até as 15h. Além destes existem outros como a visita aos botos cor-de-rosa.
Voltando a região central, existem ainda duas atrações que não podem deixar de serem visitadas. Uma delas é o Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Apesar de ele estar em reforma, suas bancas estão em local improvisado ao redor de onde vai ficar o mercado. Ali pode-se encontrar muita coisa que jamais se poderia imaginar que existiria no sul do Brasil. Além disto pode-se ver os pratos servidos ao frequentadores do mercado, principalmente os peixes da Amazônia servidos fritos.
A outra opção imperdível no centro da cidade é a Praça da Polícia, que foi recentemente reformada. Lá existe alguns restaurantes que abrem a noite. Suas pontes, laginho e um coreto completam a atmosfera agradabilíssima da praça. Ainda está localizada lá o Palácio Provincial, que é o antigo quartel da polícia que hoje abriga alguns museus. Um deles é o próprio Museu da Polícia, outro da Imagem e do Som, réplicas de esculturas famosas e uma pinacoteca muito apreciável. Todas as entradas são gratuitas e pode-se ficar por lá facilmente por uma tarde inteira.

Conhecer uma das maiores florestas do mundo sem sair do conforto de uma grande cidade com que tudo que uma metrópole pode oferecer é fantástico. Apesar disto, existem algumas coisas desagradáveis em Manaus, como a sujeira, o trânsito e o transporte coletiva mal organizado e ruim. Outra é o preço das frutas e da comida muito alto, inclusive os que vem da própria Amazônia. Fora da zona central, nos bairros o encanto da cidade termina. Isto não impede em nada a visita a Manaus que eu recomendo fortemente.
Classificação pessoal e arbitrária: quatro estrelas e meia.

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