
Rubem Fonseca é quase um mito no meio literário, e para quem quer saber o motivo de tanta idolatria basta ler “Agosto” que vai entender porque o ele é tão bom. Não é possível resistir a narrativa que mistura livremente realidade e ficção e que funde as duas como uma coisa só. O rigor histórico com um final conhecido por todos, ainda consegue ter um suspense que nos faz imaginar se Rubem Fonseca não irá reescrever a história, mas ele não reescreve, apenas faz ótima literatura.
O livro em si, trata do mês de agosto de 1954 no Rio de Janeiro, então capital federal. Fonseca mistura o drama histórico, vivido pelo governo de Getúlio pressionado para renunciar, e o drama ficcional que tem como protagonistas o policial honesto, vivido por Mattos, e a prostituta ingênua, por Salete.
Existem dois crimes que são o alvo da narrativa, um real outro não. O real é a tentativa de assassinato do jornalista Carlos Lacerda na rua Tonelero que foi o estopim que levaria Getúlio ao suicídio. O outro, a morte de um rico industrial que é investigado e solucionado por Mattos, mas o final é surpreendente.
Entre ficção e realidade, personagens reais e inventados pelo autor, o final conhecido e o da trama de Fonseca, tudo é escrito de maneira irresistível. Prepare-se para ler tudo o mais rápido que puder, porque com Rubem Fonseca é assim, cada página é uma aula de como se escreve uma literatura de alto nível.
Classificação pessoal e arbitrária: cinco estrelas
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