27 de dez. de 2009

“Conduzindo o sr. Albert – uma viagem pelos Estados Unidos com o cérebro de Einstein” de Michael Paterniti. Companhia das Letras (2003), 270 páginas.

Quando o assunto do livro é Albert Einstein dificilmente o livro será desinteressante. Quando o tema é o roubo do cérebro do gênio da Física nascido alemão o livro tende a chamar mais ainda a atenção. Soma-se a isto que um dos protagonistas do livro é o autor do roubo o livro parece ser irressistível. Talvez pela grande expectativa que o livro inspire que a obra de Paterniti seja tão decepcionante.
O livro não traz novas informações. Grande parte dele trata da vida pessoal, tanto do próprio autor como a de Thomas Harvey - o médico patologista que fez a autopsia de Einstein e roubou seu cérebro. Existe momentos no livro que há uma descrição em detalhes, maioria das vezes desinteressantes, da viagem feita pelos dois. Por fim, o autor traz informações sobre a biografia de Albert Einstein de maneira superficial e imprecisa. Sobre o roubo do cérebro e de seu destino existe muito pouco no livro, bem como do roubo de outras partes do corpo de Einstein como seus olhos - que também não foram cremados como a maior parte do corpo dele.
O livro começa com a abordagem de Paterniti a Harvey e o convite para que eles cruzem os Estados Unidos de carro até a costa oeste para entregar o cérebro (ou parte dele, já que ele foi dividido em várias partes) a neta de Albert, Evelyn Einstein. A relação entre os dois viajantes é tema central do livro, ficando o cérebro em segundo plano.
Quando finalmente chegam na costa oeste, eles se encontram com a neta do gênio. Porém, ela se recusa a ficar com o cérebro, o que viria a se arrepender mais tarde em confissão ao autor.
A única novidade realmente do livro é o destino do cérebro quando ele finalmente sai das mãos de Harvey, que já então era um senhor de idade e veio a falecer em 2007. Como era de se esperar, os estudos ditos científicos com o cérebro de Einstein não encontraram em sua morfologia a causa de sua genialidade. Apesar de os que o possuam insistirem que isto é possível.

Classificação pessoal e arbitrária: três estrelas

Um comentário:

  1. Não acho que se possível tipicar o cérebro de um gênio ou encontrar, ali, os fundamentos da genialidade.

    Acredito que a genialidade está ligado à intuição. Todos os seres humanos a têm, mas poucos sabem fazer uso dela adequadamente, ou conseguem criar mecanismos que a façam se manifestar.

    O próprio Einstein confessou que certos cálculos e resultados surgiam em sua mente após horas de estudo e aprofundamento. Dizia ele que o esforço e concentração eram necessário, mas certas fórmulas estavam além de seus arroubos mentais.

    Outro aspecto interessante, era que Einstein dizia que parte de sua intuição se manifestava nos solos de violino que praticava. Coincidência ou não, o personagem de Shelock Holmes, de Conan Doyle, dizia que a solução para boa parte dos casos se revelava nos momentos de serenidade e arpejos de violino.

    Beethoven, Amadeus, Schubert, Tchaikowsky, será que a resposta está na música? Talvez nunca venhamos a saber. Talvez a ciência não dê conta desta informação.

    E o mundo de gênios seria "extremely boring, pown!"

    Um grande abraço,

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