O que faria um escritor de meados do século XIX ser editado e lido em pleno século XXI? Em uma palavra; genialidade. Sem dúvida, temos que colocar no grupo destes gênios que tem a aspiração de se tornarem eternos o americano Edgar Allan Poe. Apesar de ser visto com reserva por muitos, para um leitor que espera ler boas histórias que lhe tragam alguns momentos de prazer, Poe é um prato cheio. Suas histórias são cheias de mistérios e fazem o leitor prender o fôlego e só soltar quando finda a leitura. Podemos traçar um paralelo entre a literatura de Poe de meados do século XIX com a cinematografia de Alfred Hitchcock em meados do século XX, os mesmo elementos estão lá, personagens misteriosos e uma história cheia de surpresas e final que não se revela antes da hora.
O livro em questão é um livro de contos, que foi selecionado, traduzido pelo escritor paulista José Paulo Paes – falecido em 1998. São dezoito contos, todos eles são leituras que recomendo fortemente, mas tenho meus preferidos: “A carta roubada”, “O gato preto” e o meu preferido entre todos “O escaravelho de ouro”.
Alguns pontos são interessantes quando se sabe que Poe foi um dos autores preferidos por Machado de Assis. Alguns contos neste livro encontram paralelos (seriam homenagens?) na obra de Machado de Assis. Em “O sistema do doutor Alcatrão e do professor Pena” a narrativa se passa em um hospício em que não sabemos quem é o louco até o fim do conto, os médicos, os pacientes, os convidados, o narrador ou os que estão trancafiados. Alguma semelhança com “O alienista”? A ironia que rodeia “A mascara da morte rubra”, onde um castelo vive isolado da sociedade devido a uma peste, e quando o governante do castelo resolve dar uma festa, a segurança do castelo é rompida por um infectado que espalha a peste e a morte pelos abastados do castelo, esta ironia não parece muito machadiana? Porém, o maior paralelo entre um conto de Poe e a obra de Machado está em “Sombra – Uma parábola”. Neste conto bem curto o narrador é um... defunto. Alguma semelhança com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”?
Lendo Poe é impossível não supor que ele tenha sido o escritor mais criativo de toda a História. Suas histórias são criativas que nos permitem esta dúvida. Recomendo a todos que entrem no universo de Poe. A única ressalva é que para “digerirmos” melhor cada conto, a leitura de mais de dois por dia pode não ser recomendável. O melhor é um conto diário, aí sim poderemos apreciar um pouco da genialidade de Poe e até perceber como ele pode ter influenciado nossos escritores favoritos.
Classificação pessoal e arbitrária: cinco estrelas.
O livro em questão é um livro de contos, que foi selecionado, traduzido pelo escritor paulista José Paulo Paes – falecido em 1998. São dezoito contos, todos eles são leituras que recomendo fortemente, mas tenho meus preferidos: “A carta roubada”, “O gato preto” e o meu preferido entre todos “O escaravelho de ouro”.
Alguns pontos são interessantes quando se sabe que Poe foi um dos autores preferidos por Machado de Assis. Alguns contos neste livro encontram paralelos (seriam homenagens?) na obra de Machado de Assis. Em “O sistema do doutor Alcatrão e do professor Pena” a narrativa se passa em um hospício em que não sabemos quem é o louco até o fim do conto, os médicos, os pacientes, os convidados, o narrador ou os que estão trancafiados. Alguma semelhança com “O alienista”? A ironia que rodeia “A mascara da morte rubra”, onde um castelo vive isolado da sociedade devido a uma peste, e quando o governante do castelo resolve dar uma festa, a segurança do castelo é rompida por um infectado que espalha a peste e a morte pelos abastados do castelo, esta ironia não parece muito machadiana? Porém, o maior paralelo entre um conto de Poe e a obra de Machado está em “Sombra – Uma parábola”. Neste conto bem curto o narrador é um... defunto. Alguma semelhança com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”?
Lendo Poe é impossível não supor que ele tenha sido o escritor mais criativo de toda a História. Suas histórias são criativas que nos permitem esta dúvida. Recomendo a todos que entrem no universo de Poe. A única ressalva é que para “digerirmos” melhor cada conto, a leitura de mais de dois por dia pode não ser recomendável. O melhor é um conto diário, aí sim poderemos apreciar um pouco da genialidade de Poe e até perceber como ele pode ter influenciado nossos escritores favoritos.
Classificação pessoal e arbitrária: cinco estrelas.
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