Nem todas as pessoas podem saber, mas 2009 foi declarado pela UNESCO como sendo o Ano da Astronomia. Os motivos desta escolha é um dos muitos atrativos de “Galileu Galilei – o primeiro físico”. Se bem que não é necessário muitos motivos para ler sobre Galileu, ele é sem dúvida uma das figuras mais representativas na história das ciências, bem como da História. Quando eu estava na graduação, assisti a uma palestra sobre ele, o ministrante disse que nenhum outro homem foi tão biografado quanto o italiano. Se a informação corresponde à verdade não posso garantir, mas o simples fato de Galileu poder ser a pessoa mais biografada na História mostra o quanto sua vida foi interessante e vale a pena ser conhecida. O livro de Maclachlan é uma destas muitas obras dedicadas à vida do gênio.
No livro não há nenhuma revelação bombástica ou informação antes negligenciada por outras biografias, mas o livro tem seus atrativos especiais. Primeiro ele é direto, tem apenas 128 páginas. O fato de ele ser resumido se constitui uma porta de entrada para pessoas que não tenham estudado a obra de Galileu a fundo, para aqueles que já conhecem um pouco o trabalho do italiano o livro pode se tornar um pouco entediante: é uma questão do que o leitor procura, para uma leitura introdutória o livro é altamente indicado, já para aqueles que procuram aprofundamento ele deixa a desejar. Outra vantagem do livro é que em seu texto principal o leitor pode manter a leitura sem esbarrar em Matemática, o bom entendimento da obra de Galileu não é prejudicado com isto. No entanto, Maclachlan não negligencia a Matemática, ela está presente nos textos que são uma espécie de adendo ao longo da narrativa, estes textos aparecem tanto ao longo dos capítulos como ao seu final. Outro local onde aparece a Matemática são os dois apêndices do livro, no entanto, a maneira como Maclachlan escreveu seu livro, o leitor que optar por ignorar os textos-adendos e apêndices que a leitura continua agradável e tendo uma boa compreensão. O negativo da narrativa de Maclachlan é as muitas interrupções para transcrições de cartas e obras originais, este recurso é muito interessante em biografias mais aprofundadas, e em uma obra escrita a principiantes na vida de Galileu, como no caso deste livro, deixa de ser interessante e passa a ser um desvio do objetivo principal do texto.
A primeira abordagem do livro trata a maneira como Galileu deixou a faculdade de Medicina na Universidade de Pisa, e a carreira promissora que o aguarda nesta profissão, para se dedicar a sua maior paixão: a Matemática. O cenário desta narrativa é irresistível; a Renascença. Neste cenário Maclachlan não se esqueceu de narrar à disputa religiosa da Reforma e Contra-Reforma, que mais tarde seriam um dos fatores que influenciaram o tempo em que Galileu viveu, e a sua vida diretamente.
Em seguida o autor narra como Galileu deixou a Universidade de Pisa sem se formar em nada e a sua volta para lá como professor. Neste período, Galileu já ensaiava contra a filosofia de Aristóteles, que teria suas fundações seriamente abaladas pela obra de Galilei. Depois Maclachlan disserta sobre o abandono da Universidade de Pisa devido a atritos causados, principalmente, por sua oposição a Aristóteles e ao baixo salário oferecido pela universidade.
O próximo momento da vida de Galileu narrado por Maclachlan é o seu novo emprego na Universidade de Pádua e como a dificuldades financeiras continuavam a acompanhar Galileu, devido principalmente a ter que honrar os dotes de suas duas irmãs, já que neste período seu pai já falecera. Para completar sua renda, Galileu alugava quartos de sua casa.
Neste ponto, o livro chega ao ano de 1610 e o lançamento de “O mensageiro das estrelas”. Este livro traz as conclusões que Galileu chegou através das observações do céu com um instrumento inventado um ano antes por um ótico holandês e que a Galileu aperfeiçoou sem nunca tê-lo visto, apenas com o relato de sua existência através de cartas. O instrumento seria batizado somente em 1611 de telescópio. Maclachlan narra alguns dados trazidos em “O mensageiro das estrelas”, tais como: a Lua não era perfeitamente lisa como a teoria de Aristóteles dizia e Galileu chegou a calcular que seu relevo apresentava montanhas de mais de 6.000 metros, havia muito mais estrelas no céu do que as observadas a olho nu, a Via Láctea na verdade era formada por inúmeras estrelas e a revelação mais bombástica de “O mensageiro das estrelas”: a prova de nem tudo girava em torno da Terra através da observação de que Júpiter tinha quatro satélites que orbitava em torno dele. As reações positivas e negativas ao livro de Galileu são narradas por Maclachlan. Entre as positivas a de Kepler e sua carta onde ele incentiva o trabalho de Galileu, e as negativas de conservadores que diziam que os objetos observados por Galileu estavam dentro do telescópio e não no céu. No fim deste ano de 1610, Galileu se muda para a Universidade de Pisa novamente onde passou a ter o cargo de matemático-chefe do grão-duque da Toscana sem o ônus, para ele, de lecionar. Após assumir o cargo, Galileu encaminha suas duas filhas ilegítimas ao convento, por sua condição de bastardas não permitir um casamento adequado.
A próxima descoberta narrada por Maclachlan foi à relacionada ao planeta Vênus. Galileu começou a observar este planeta após a publicação de “O mensageiro das estelas”. O que de mais significativo que ele percebeu foi que Vênus apresenta fases semelhantes a da Lua, o que evidencia que ele gira em torno do Sol e não da Terra. Ainda neste ponto, o autor narra que os conservadores, não conseguindo refutar as observações de Galileu, pedem auxílio aos teólogos por acreditar que as idéias de Galileu se opunham as da Bíblia. Ao largo desta oposição dos conservadores, Galileu continua vivendo na corte e participando de seus grandes banquetes oferecidos pelo grão-duque. Em uma destas ocasiões ele conhece o cardeal Barberini que se torna seu amigo. Junto com as celebrações haviam debates científicos apreciados pelo corte, onde era comum a confronto entre Galileu e os defensores das idéias de Aristóteles. O grão-duque mostrava predileção por Galilei, o que incomodava os demais filósofos da corte e criava inimizades e inimigos, não ajudava também a ridicularizarão que Galileu promovia das idéias dos filósofos aristotélicos. Neste período, Galileu recebe uma carta que fala sobre as manchas solares, que de acordo com a filosofia de Aristóteles não deviam existir. Ele começa a observar a nossa estrela e conclui que ela deve estar em rotação.
Um personagem que entra em cena neste momento no livro é Nicolau Copérnico, que escreveu defendendo a idéia do heliocentrismo e morreu muito anos antes. A igreja católica coloca o livro de Copérnico nas obras proibidas de serem lidas pelos católicos. Nesta época, não era apenas Galileu que usava telescópios para estudar os céus, entre muitos outros estavam os jesuítas do Collegio Romano. Eles estudaram os cometas, inclusive calculando a distância que eles deviam estar da Terra. Galileu não gostou nada das descobertas dos jesuítas e tentou as ridicularizar. Deste modo ganhou novos inimigos, desta vez em Roma.
Os fatos que levaram ao famoso julgamento de Galileu é o próximo tema abordado por Maclachlan. Devido a personalidade de Galileu ele colecionou inimizades e inimigos desde os tempos de estudante na Universidade de Pisa. Entre eles estava um padre dominicano chamado Tommaso Caccini que acusava Galileu de ser um inimigo da verdadeira fé. Pouco depois, outro padre dominicano fez uma acusação formal contra Galileu para a Inquisição por “afirmações heréticas contra a fé cristã”. Galileu sentia-se seguro para continuar a difundir suas idéias a cerca do sistema heliocêntrico, o que diziam muitos, como os dominicanos, contraria a fé cristã. O papa Paulo V tentou proibir Galileu de continuar publicando suas idéias com a ameaça de prendê-lo se não o fizesse. Galilei não obedeceu, e enquanto ainda estava em Florença a serviço do grão-duque, Paulo V morre e para seu lugar é eleito o antigo amigo de Galileu cardeal Barberini, agora papa Urbano VIII. Com o novo papa, Galileu sentiu seguro para publicar suas idéias, alertado por Urbano VIII para que deixasse claro que se tratava de uma hipótese. A obra resultante desta autorização é um dos maiores livros já escritos: “Diálogo sobre os dois grandes sistemas”. Como diz o título o livro é em forma de diálogo entre: Salviati (copernicano) e Simplício (aristotélico), conta ainda com uma terceira pessoa como uma espécie de mediador de bom senso (Sagredo). Não é preciso dizer que dos dois levava a vantagem entre Salviati e Simplício. Após a publicação do livro, Urbano VIII entrou para a lista de pessoas que consideravam Galileu como inimigo. Os motivos desta nova postura do papa devem ter sido a influência dos jesuítas sobre Urbano VIII e de ele ter reconhecido seus argumentos em favor de Aristóteles ridicularizados no livro de Galileu nas palavras de Simplício. Com o papa como inimigo, Galileu foi convocado a ir a Roma para ser interrogado na Inquisição. "Diálogo" entrou para a lista dos livros proibidos, agora o livro de Copérnico tinha ilustre companhia. Os detalhes do julgamento e da condenação de Galileu são negligenciados no livro de Maclachlan. Ele continua com as notícias nada boas para Galileu neste período, além da condenação na Inquisição, sua saúde estava cada vez pior (cego de um olho e perdendo a visão rapidamente do outro) e morre sua filha no convento. Mesmo com a visão deficitária, ele escreve outra obra-prima: “Duas novas ciências” que é uma compilação de seus trabalhos, onde está, entre outros, o seu trabalho sobre os movimentos. Porém, Galileu nunca pode ver este seu livro publicado, quando ele chegou a sua casa ele já estava completamente cego. Em 8 de janeiro de 1642 ele morre e tem qualquer homenagem funerária proibida pelo papa.
No último capítulo do livro, Maclachlan aborda a transição da Física no século XVII. Ela deixou de ser parte da Filosofia e passou a uma Ciência que, após o trabalho de Isaac Newton, é organizada e fortemente fundamentada na Matemática. O destaque do capítulo é o papel pioneiro de Galileu para que esta transição ocorresse e como seu trabalho permitiu que o de Newton e todos os demais fossem possíveis, isto explica por que no subtítulo do livro diz que Galileu foi o primeiro físico. O final do livro narra um dos episódios mais ridículos da história das ciências. Durante o papado de João Paulo II, ele solicitou uma investigação para ver se a igreja católica poderia “perdoar” Galileu por estar certo em relação à defesa do modelo heliocêntrico. A comissão responsável concluiu que a decisão da Inquisição poderia ser retificada. Em 1992, o papa perdoou Galileu pela sua audácia em contrariar os dogmas católicos; um pouco tarde para ele!
Classificação pessoal e arbitrária: três estrelas.
No livro não há nenhuma revelação bombástica ou informação antes negligenciada por outras biografias, mas o livro tem seus atrativos especiais. Primeiro ele é direto, tem apenas 128 páginas. O fato de ele ser resumido se constitui uma porta de entrada para pessoas que não tenham estudado a obra de Galileu a fundo, para aqueles que já conhecem um pouco o trabalho do italiano o livro pode se tornar um pouco entediante: é uma questão do que o leitor procura, para uma leitura introdutória o livro é altamente indicado, já para aqueles que procuram aprofundamento ele deixa a desejar. Outra vantagem do livro é que em seu texto principal o leitor pode manter a leitura sem esbarrar em Matemática, o bom entendimento da obra de Galileu não é prejudicado com isto. No entanto, Maclachlan não negligencia a Matemática, ela está presente nos textos que são uma espécie de adendo ao longo da narrativa, estes textos aparecem tanto ao longo dos capítulos como ao seu final. Outro local onde aparece a Matemática são os dois apêndices do livro, no entanto, a maneira como Maclachlan escreveu seu livro, o leitor que optar por ignorar os textos-adendos e apêndices que a leitura continua agradável e tendo uma boa compreensão. O negativo da narrativa de Maclachlan é as muitas interrupções para transcrições de cartas e obras originais, este recurso é muito interessante em biografias mais aprofundadas, e em uma obra escrita a principiantes na vida de Galileu, como no caso deste livro, deixa de ser interessante e passa a ser um desvio do objetivo principal do texto.
A primeira abordagem do livro trata a maneira como Galileu deixou a faculdade de Medicina na Universidade de Pisa, e a carreira promissora que o aguarda nesta profissão, para se dedicar a sua maior paixão: a Matemática. O cenário desta narrativa é irresistível; a Renascença. Neste cenário Maclachlan não se esqueceu de narrar à disputa religiosa da Reforma e Contra-Reforma, que mais tarde seriam um dos fatores que influenciaram o tempo em que Galileu viveu, e a sua vida diretamente.
Em seguida o autor narra como Galileu deixou a Universidade de Pisa sem se formar em nada e a sua volta para lá como professor. Neste período, Galileu já ensaiava contra a filosofia de Aristóteles, que teria suas fundações seriamente abaladas pela obra de Galilei. Depois Maclachlan disserta sobre o abandono da Universidade de Pisa devido a atritos causados, principalmente, por sua oposição a Aristóteles e ao baixo salário oferecido pela universidade.
O próximo momento da vida de Galileu narrado por Maclachlan é o seu novo emprego na Universidade de Pádua e como a dificuldades financeiras continuavam a acompanhar Galileu, devido principalmente a ter que honrar os dotes de suas duas irmãs, já que neste período seu pai já falecera. Para completar sua renda, Galileu alugava quartos de sua casa.
Neste ponto, o livro chega ao ano de 1610 e o lançamento de “O mensageiro das estrelas”. Este livro traz as conclusões que Galileu chegou através das observações do céu com um instrumento inventado um ano antes por um ótico holandês e que a Galileu aperfeiçoou sem nunca tê-lo visto, apenas com o relato de sua existência através de cartas. O instrumento seria batizado somente em 1611 de telescópio. Maclachlan narra alguns dados trazidos em “O mensageiro das estrelas”, tais como: a Lua não era perfeitamente lisa como a teoria de Aristóteles dizia e Galileu chegou a calcular que seu relevo apresentava montanhas de mais de 6.000 metros, havia muito mais estrelas no céu do que as observadas a olho nu, a Via Láctea na verdade era formada por inúmeras estrelas e a revelação mais bombástica de “O mensageiro das estrelas”: a prova de nem tudo girava em torno da Terra através da observação de que Júpiter tinha quatro satélites que orbitava em torno dele. As reações positivas e negativas ao livro de Galileu são narradas por Maclachlan. Entre as positivas a de Kepler e sua carta onde ele incentiva o trabalho de Galileu, e as negativas de conservadores que diziam que os objetos observados por Galileu estavam dentro do telescópio e não no céu. No fim deste ano de 1610, Galileu se muda para a Universidade de Pisa novamente onde passou a ter o cargo de matemático-chefe do grão-duque da Toscana sem o ônus, para ele, de lecionar. Após assumir o cargo, Galileu encaminha suas duas filhas ilegítimas ao convento, por sua condição de bastardas não permitir um casamento adequado.
A próxima descoberta narrada por Maclachlan foi à relacionada ao planeta Vênus. Galileu começou a observar este planeta após a publicação de “O mensageiro das estelas”. O que de mais significativo que ele percebeu foi que Vênus apresenta fases semelhantes a da Lua, o que evidencia que ele gira em torno do Sol e não da Terra. Ainda neste ponto, o autor narra que os conservadores, não conseguindo refutar as observações de Galileu, pedem auxílio aos teólogos por acreditar que as idéias de Galileu se opunham as da Bíblia. Ao largo desta oposição dos conservadores, Galileu continua vivendo na corte e participando de seus grandes banquetes oferecidos pelo grão-duque. Em uma destas ocasiões ele conhece o cardeal Barberini que se torna seu amigo. Junto com as celebrações haviam debates científicos apreciados pelo corte, onde era comum a confronto entre Galileu e os defensores das idéias de Aristóteles. O grão-duque mostrava predileção por Galilei, o que incomodava os demais filósofos da corte e criava inimizades e inimigos, não ajudava também a ridicularizarão que Galileu promovia das idéias dos filósofos aristotélicos. Neste período, Galileu recebe uma carta que fala sobre as manchas solares, que de acordo com a filosofia de Aristóteles não deviam existir. Ele começa a observar a nossa estrela e conclui que ela deve estar em rotação.
Um personagem que entra em cena neste momento no livro é Nicolau Copérnico, que escreveu defendendo a idéia do heliocentrismo e morreu muito anos antes. A igreja católica coloca o livro de Copérnico nas obras proibidas de serem lidas pelos católicos. Nesta época, não era apenas Galileu que usava telescópios para estudar os céus, entre muitos outros estavam os jesuítas do Collegio Romano. Eles estudaram os cometas, inclusive calculando a distância que eles deviam estar da Terra. Galileu não gostou nada das descobertas dos jesuítas e tentou as ridicularizar. Deste modo ganhou novos inimigos, desta vez em Roma.
Os fatos que levaram ao famoso julgamento de Galileu é o próximo tema abordado por Maclachlan. Devido a personalidade de Galileu ele colecionou inimizades e inimigos desde os tempos de estudante na Universidade de Pisa. Entre eles estava um padre dominicano chamado Tommaso Caccini que acusava Galileu de ser um inimigo da verdadeira fé. Pouco depois, outro padre dominicano fez uma acusação formal contra Galileu para a Inquisição por “afirmações heréticas contra a fé cristã”. Galileu sentia-se seguro para continuar a difundir suas idéias a cerca do sistema heliocêntrico, o que diziam muitos, como os dominicanos, contraria a fé cristã. O papa Paulo V tentou proibir Galileu de continuar publicando suas idéias com a ameaça de prendê-lo se não o fizesse. Galilei não obedeceu, e enquanto ainda estava em Florença a serviço do grão-duque, Paulo V morre e para seu lugar é eleito o antigo amigo de Galileu cardeal Barberini, agora papa Urbano VIII. Com o novo papa, Galileu sentiu seguro para publicar suas idéias, alertado por Urbano VIII para que deixasse claro que se tratava de uma hipótese. A obra resultante desta autorização é um dos maiores livros já escritos: “Diálogo sobre os dois grandes sistemas”. Como diz o título o livro é em forma de diálogo entre: Salviati (copernicano) e Simplício (aristotélico), conta ainda com uma terceira pessoa como uma espécie de mediador de bom senso (Sagredo). Não é preciso dizer que dos dois levava a vantagem entre Salviati e Simplício. Após a publicação do livro, Urbano VIII entrou para a lista de pessoas que consideravam Galileu como inimigo. Os motivos desta nova postura do papa devem ter sido a influência dos jesuítas sobre Urbano VIII e de ele ter reconhecido seus argumentos em favor de Aristóteles ridicularizados no livro de Galileu nas palavras de Simplício. Com o papa como inimigo, Galileu foi convocado a ir a Roma para ser interrogado na Inquisição. "Diálogo" entrou para a lista dos livros proibidos, agora o livro de Copérnico tinha ilustre companhia. Os detalhes do julgamento e da condenação de Galileu são negligenciados no livro de Maclachlan. Ele continua com as notícias nada boas para Galileu neste período, além da condenação na Inquisição, sua saúde estava cada vez pior (cego de um olho e perdendo a visão rapidamente do outro) e morre sua filha no convento. Mesmo com a visão deficitária, ele escreve outra obra-prima: “Duas novas ciências” que é uma compilação de seus trabalhos, onde está, entre outros, o seu trabalho sobre os movimentos. Porém, Galileu nunca pode ver este seu livro publicado, quando ele chegou a sua casa ele já estava completamente cego. Em 8 de janeiro de 1642 ele morre e tem qualquer homenagem funerária proibida pelo papa.
No último capítulo do livro, Maclachlan aborda a transição da Física no século XVII. Ela deixou de ser parte da Filosofia e passou a uma Ciência que, após o trabalho de Isaac Newton, é organizada e fortemente fundamentada na Matemática. O destaque do capítulo é o papel pioneiro de Galileu para que esta transição ocorresse e como seu trabalho permitiu que o de Newton e todos os demais fossem possíveis, isto explica por que no subtítulo do livro diz que Galileu foi o primeiro físico. O final do livro narra um dos episódios mais ridículos da história das ciências. Durante o papado de João Paulo II, ele solicitou uma investigação para ver se a igreja católica poderia “perdoar” Galileu por estar certo em relação à defesa do modelo heliocêntrico. A comissão responsável concluiu que a decisão da Inquisição poderia ser retificada. Em 1992, o papa perdoou Galileu pela sua audácia em contrariar os dogmas católicos; um pouco tarde para ele!
Classificação pessoal e arbitrária: três estrelas.
Galileu foi o cara!
ResponderExcluirMuito bom teu blog prof.
Abraços
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