A temática é irresistível para leitores fascinados com o mundo antigo. Vrettos nos leva a um passeio pelo entorno da, talvez, cidade mais mística que o mundo já viu. O livro é envolvente e não tem a chatice que normalmente envolvem os livros de História, não vamos incluir nestes chatos Eduardo Bueno e Laurentino Gomes, por favor. Os seguidos erros de diagramação, digitação e tradução não diminuem o deleite do passeio pela incrível História e pelas histórias de Alexandria do Egito. Em vez de um livro de História, Vrettos escreveu quase um romance em que a personagem principal é a cidade, no entanto os personagens deste (quase) romance são a grande atração do livro.
O início do livro começa com a História de seu fundador, Alexandre, o Grande, de sua relação conturbada com o pai, Felipe, a forte proximidade com sua misteriosa mãe Olímpia e a grande afeição com seu cavalo Bucéfalo e seu amigo Heféstion. A grande batalha com os persas não foi esquecida e é contados de maneira atraente, além de sua morte em circunstâncias obscuras na Babilônia. A herança da parte de seu Império no Egito por um de seus generais, Ptolomeu, e como isto levou a cidade a se tornar o que ela foi é um atrativo a mais na narrativa de Vrettos.
Uma das sete maravilhas do mundo antigo é descrita em detalhes, o farol de Faros (não achou que era o Cristo Redentor, achou?). A capa do livro é inclusive uma reprodução do farol que orientava a base de fogo os navegadores do mundo antigo. A grande jóia de Alexandria tem especial atenção, a grande biblioteca. Não só a biblioteca em si, mas todos que a ajudaram a construir e mantê-la como a maior biblioteca da antiguidade. A História dos personagens do entorno da grande biblioteca, talvez, seja mais interessante que ela própria. O autor não se esqueceu de grandes geômetras como Apolonio, Euclides e Arquimedes. Também são lembrados Aristarco que já dizia que o Sol era o centro da órbita da Terra e Erastóstenes que mediu com precisão o raio da Terra, tudo antes de Cristo – só para não deixar dúvida que estamos falando de Alexandria.
O grande clímax do livro é quando a História de Alexandria cruza com a de Roma. Neste momento o livro parece se transformar em um Thriller de Dan Brown (com a vantagem para Vrettos que ele não inventou nada). Os personagens são nada mais, nada menos que Cleópatra, Júlio Cesar, Marco Antonio e Otaviano. A disputa pelo poder de Roma e do Egito envolve assassinatos (inclusive o de Júlio Cesar no Senado), romances extraconjugais (de Cleópatra com Júlio Cesar e depois Marco Antonio) e suicídios (de Marco Antonio e Cleópatra). Tudo contado de maneira atraente ao leitor, o que sempre leva a querer ler um pouco mais, com destaque para a detalhada passagem da guerra entre Marco Antonio e Otaviano que levou o primeiro ao suicídio após a derrota. Com morte de Cleópatra acaba a dinastia dos ptolomeus e começa o domínio romano, que seria o início do fim da grande cidade.
Após a morte de Cleópatra o livro aborda um assunto que é narrado, ou é de fato é mesmo, desinteressante: a relação de Alexandria com a religião, com especial atenção ao cristianismo. Este momento Vrettos dedica grande atenção à personagens obscuros da História apenas pela sua relação com o cristianismo e de sua opinião sobre esta crença. Fica entediante ler páginas e mais página sobre personagens secundários como Atanásio, Orígenes e Plotino.
Na parte final do livro o autor descreve rapidamente a morte da importância da cidade. Descreve quando o imperador Haráclito no século VII d.C. entregou o Egito aos persas. Mesmo que estes tenham sidos expulsos, os romanos não puderam conter o avanço árabe. Porém, de acordo com Vrettos a decadência de Alexandria, e a destruição de sua grande biblioteca, não deve ser creditada apenas aos árabes. Quem começou a destruir a grande cidade foram os cristão fanáticos, tendo os árabes apenas “acabado o serviço”. A magnitude da cidade tem seu fim definitivo quando os turcos dominaram a cidade no século XVI d.C. Hoje, a cidade de Alexandria só lembra seu passado glorioso nas escavações arqueológicas que estão cada vez mais impedidas pela construção de arranha-céus e pela erosão do Mediterrâneo.
Classificação pessoal e arbitrária: Três estrelas
O início do livro começa com a História de seu fundador, Alexandre, o Grande, de sua relação conturbada com o pai, Felipe, a forte proximidade com sua misteriosa mãe Olímpia e a grande afeição com seu cavalo Bucéfalo e seu amigo Heféstion. A grande batalha com os persas não foi esquecida e é contados de maneira atraente, além de sua morte em circunstâncias obscuras na Babilônia. A herança da parte de seu Império no Egito por um de seus generais, Ptolomeu, e como isto levou a cidade a se tornar o que ela foi é um atrativo a mais na narrativa de Vrettos.
Uma das sete maravilhas do mundo antigo é descrita em detalhes, o farol de Faros (não achou que era o Cristo Redentor, achou?). A capa do livro é inclusive uma reprodução do farol que orientava a base de fogo os navegadores do mundo antigo. A grande jóia de Alexandria tem especial atenção, a grande biblioteca. Não só a biblioteca em si, mas todos que a ajudaram a construir e mantê-la como a maior biblioteca da antiguidade. A História dos personagens do entorno da grande biblioteca, talvez, seja mais interessante que ela própria. O autor não se esqueceu de grandes geômetras como Apolonio, Euclides e Arquimedes. Também são lembrados Aristarco que já dizia que o Sol era o centro da órbita da Terra e Erastóstenes que mediu com precisão o raio da Terra, tudo antes de Cristo – só para não deixar dúvida que estamos falando de Alexandria.
O grande clímax do livro é quando a História de Alexandria cruza com a de Roma. Neste momento o livro parece se transformar em um Thriller de Dan Brown (com a vantagem para Vrettos que ele não inventou nada). Os personagens são nada mais, nada menos que Cleópatra, Júlio Cesar, Marco Antonio e Otaviano. A disputa pelo poder de Roma e do Egito envolve assassinatos (inclusive o de Júlio Cesar no Senado), romances extraconjugais (de Cleópatra com Júlio Cesar e depois Marco Antonio) e suicídios (de Marco Antonio e Cleópatra). Tudo contado de maneira atraente ao leitor, o que sempre leva a querer ler um pouco mais, com destaque para a detalhada passagem da guerra entre Marco Antonio e Otaviano que levou o primeiro ao suicídio após a derrota. Com morte de Cleópatra acaba a dinastia dos ptolomeus e começa o domínio romano, que seria o início do fim da grande cidade.
Após a morte de Cleópatra o livro aborda um assunto que é narrado, ou é de fato é mesmo, desinteressante: a relação de Alexandria com a religião, com especial atenção ao cristianismo. Este momento Vrettos dedica grande atenção à personagens obscuros da História apenas pela sua relação com o cristianismo e de sua opinião sobre esta crença. Fica entediante ler páginas e mais página sobre personagens secundários como Atanásio, Orígenes e Plotino.
Na parte final do livro o autor descreve rapidamente a morte da importância da cidade. Descreve quando o imperador Haráclito no século VII d.C. entregou o Egito aos persas. Mesmo que estes tenham sidos expulsos, os romanos não puderam conter o avanço árabe. Porém, de acordo com Vrettos a decadência de Alexandria, e a destruição de sua grande biblioteca, não deve ser creditada apenas aos árabes. Quem começou a destruir a grande cidade foram os cristão fanáticos, tendo os árabes apenas “acabado o serviço”. A magnitude da cidade tem seu fim definitivo quando os turcos dominaram a cidade no século XVI d.C. Hoje, a cidade de Alexandria só lembra seu passado glorioso nas escavações arqueológicas que estão cada vez mais impedidas pela construção de arranha-céus e pela erosão do Mediterrâneo.
Classificação pessoal e arbitrária: Três estrelas
Eu tenho que lidar com a frustração do Felipe saber mais de história do que eu.
ResponderExcluirMuito boa a resenha do livro. Leitura obrigatória para os que, como eu e tu, gostam de história. Personagens fascinantes estes que são abordados na obra.
Me admira a parte do cristianismo ser entediante, pois seu surgimento alterou a estrutura política, social e até econômica do Império Romano.
Uma pergunta que não quer calar: qual o conteúdo (obras) existentes na Biblioteca de Alexandria?
Daiani: Depois do Fic de Geometria fiquei encantada por Alexandria, e este livro com certeza entra na lista das minhas próximas aquisições.
ResponderExcluirComo sempre o Felipe nos trazendo grandes novidades! Desse jeito irei a falência! Hehehhehe!