
Sem dúvida Kepler deve estar entre os três personagens mais fascinantes da história da ciência e deve ser colocados, assim como Newton fez, entre os gigantes da Ciência. Qualquer obra escrita sobre o gênio alemão já tem de antemão minha simpática, no caso da obra de Mourão após terminar sua leitura a simpatia se transformou em admiração.
Para os que já amam a obra e a vida de Kepler vão se deliciar com a narrativa técnica do autor. Todas as obras são comentadas, todas as cidades em que Kepler morou são citadas e descritas, seus dois casamentos comentados em detalhes e sua cronologia detalhada, inclusive graficamente no fim do livro.
Existem dois pontos altos no livro que para mim foram inéditos. O primeiro sobre a dedução das duas primeiras leis de Kepler tão qual Kepler faz em seu livro “Astronomia Nova” de 1609. O fato de Kepler ter deduzido a segunda lei antes da primeira foi uma das surpresas que o livro me trouxe. O outro ponto alto do livro se refere a uma grande parte do livro tratar da relação entre Galileu e Kepler, inclusive com a transcrição de várias cartas trocadas entre eles. Poder desfrutar do diálogo entre estes dois gênio foi um deleite a qualquer amante de Física e Astronomia.
O ponto negativo do livro trata da linguagem técnica de Mourão. Esta característica da narrativa do autor agrada aqueles que querem ter informações sobre a vida de Kepler por já admirarem este gênio da Ciência. No entanto, tenho dúvida que o livro seja capaz que despertar a paixão pela obra de Kepler em alguém que ainda não ama sua obra.
Para quem quer aprofundar seus conhecimentos da vida e obra de Kepler o livro é altamente indicado, aos que querem se apaixonar pelo grande cientista alemão eu indicaria outras obras como “A harmonia do mundo” de Marcelo Gleiser ou “A bruxa de Kepler” de James A. Connor.
Classificação pessoal e arbitrária: quatro estrelas e meia
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